Os criminosos que produzem produtos falsificados tornaram-se assustadoramente bons a copiar marcas de fabricantes e estão a infiltrar-se no mercado. Para os fabricantes e consumidores, é um problema que continua a escalar.
Os produtos falsificados podem apresentar perigos aterradores. São produtos feitos para parecerem autênticos graças à etiquetagem copiada, que é quase indecifrável para as marcas de produtos originais.
O mercado de produtos falsificados e pirateados representa agora 3% de todo o comércio internacional, com um valor de cerca de 509 mil milhões de dólares. Além disso, é preocupante que o mais recente relatório dos serviços aduaneiros da UE tenha revelado que, de todas as apreensões alfandegárias de produtos falsificados em 2018, 34% eram suscetíveis de lesar os consumidores.
Além dos setores alimentar e de bebidas alcoólicas, existem muitos outros setores vulneráveis à imitação. De acordo com a Aliança Europeia para o Acesso a Medicamentos Seguros, aproximadamente 62% dos medicamentos comprados online são ilegais. Este número está a crescer de forma consistente e a um ritmo alarmante, o que significa que as marcas têm de pensar rapidamente para resolver o problema. A introdução de regulamentos mais rigorosos, como códigos exclusivos de identificação (UDI), impostos pelo Regulamento relativo aos Dispositivos Médicos da União Europeia, que irá entrar em vigor em maio de 2020, é um grande passo no combate aos produtos falsificados que são vendidos na UE.
O que as marcas podem fazer em resposta?
Um problema complexo também exige uma resolução sofisticada. A boa notícia é que a tecnologia existe para ajudar os fabricantes a combaterem estes desafios colocados pelos falsificadores. Bart Vansteenkiste, Gestor de Desenvolvimento Global do Setor de Ciências da Vida na Domino Printing Sciences plc, explica as diferentes áreas de embalagens ameaçadas pelos falsificadores e como evitá-las.
Códigos de rastreabilidade
A batalha contra a contrafação depende de uma codificação e marcação eficientes no produto e na embalagem, garantindo uma boa legibilidade em todas as etapas da cadeia de abastecimento, e de uma codificação robusta que pode ser lida por todas as partes. O primeiro passo para gerir contrafações é garantir a qualidade do produto, começando pelo aspeto de toda a impressão, incluindo a data e o código de rastreabilidade. A tecnologia de codificação moderna facilita a aplicação de códigos de rastreabilidade, como UDI, em diferentes materiais, sem atrasar as velocidades de produção que são tão essenciais para o resultado final.
Embalagem secundária
As embalagens de ponto de venda (POS) são muitas vezes usadas para ajudar a destacar um produto nas prateleiras dos supermercados; mas poderão também ajudar a combater o crime da contrafação? Talvez. É improvável que os falsificadores copiem embalagens secundárias ou terciárias. Assim sendo, a embalagem secundária é não só um instrumento para afirmar a identidade da marca, mas também uma forma de tranquilizar o cliente quanto à autenticidade do produto.
Códigos QR
Adicionar códigos legíveis por smartphones à embalagem do produto é rentável e fácil de conseguir. Tal também permite verificar a autenticidade dos seus produtos. Uma simples leitura com um smartphone poderá levar os consumidores até um site para comprovarem a proveniência de um produto. Mais detalhadamente: embora os falsificadores consigam adicionar facilmente os seus códigos QR a produtos médicos falsificados, não conseguirão criar um sistema de codificação que faça a indexação dos seus produtos e direcione os consumidores para um site oficial. Para tal, seria necessário que pirateassem toda a sua infraestrutura de informação. Como benefício secundário, os códigos legíveis por smartphones permitem que as marcas construam relações com os seus clientes de uma forma nova e altamente pessoal.
As etiquetas de dados GS1 estão a começar a ser bastante utilizadas no setor da saúde, pois permitem aos utilizadores obter muitos mais dados a partir do mesmo código, e são um meio para melhorar a qualidade e a segurança do cuidado não apenas para o consumidor, mas também para o proprietário da marca. Assim que o utilizador final efetua a leitura da etiqueta, pode ser enviado um alerta para o proprietário da marca original se estiver a ser utilizada uma embalagem copiada, permitindo-lhes identificar quando e onde circulam as falsificações e, assim, tomar medidas.
Etiquetagem texturizada
O problema da falsificação está a aumentar em termos de gravidade, sobretudo devido à tecnologia, que tornou a cópia de etiquetas de marcas de fabricantes mais económica e mais simples para os falsificadores. Um entrave adicional à imitação tem que ver com o investimento em etiquetagem superior, que é muito mais difícil de ser copiada de forma convincente, como é o caso da etiquetagem texturizada.
Embalagens invioláveis
As embalagens invioláveis são normalmente implementadas em embalagens médicas, podendo ser utilizadas técnicas semelhantes para travar a falsificação de produtos farmacêuticos. A combinação de vedação à prova de violação e autenticação através de um número exclusivo no código de barras é a melhor forma de fornecer uma prova quase irrefutável da credibilidade dos seus produtos ao fabricante e aos doentes.
No mercado atual, as eficiências determinadas pela cadeia de abastecimento exigem uma produtividade superior, pelo que é crucial que a solução de codificação e marcação não atrase a velocidade de produção. As tecnologias de codificação, marcação e etiquetagem possuem um papel significativo no processo de produção de inúmeros produtos e são exemplos de formas que as marcas podem adaptar aos seus processos de impressão para ajudar a combater os desafios crescentes criados por falsificadores.